A química é perfeita: uma história de vida entremeada por música de boa qualidade. Alguns filmes, que não são considerados musicais (na maioria das vezes, um drama), conseguem agradar seguindo esta fórmula que transformou Retratos da Vida (Les Uns et les autres, de 1981) num genial registro de Claude Lelouch acompanhando as vidas de alemães, norte-americanos, russos e franceses ao longo de décadas e como suas vidas foram mudadas pela II Guerra Mundial. Contando com um elenco extraordinário (James Caan, Robert Houssein, Geraldine Chaplin, Nicole Garcia e Fanny Ardant, entre outros) Retratos da Vida é, sem dúvida, um dos filmes mais marcantes de sua época e continua encantando platéias do mundo inteiro. Nunca Bolero, a sensacional composição de Ravel, recebeu uma homenagem tão magnífica e tocante como na cena final, sob a Torre Eiffel, em Paris: a coreogragia de Maurice Bèjart para o bailarino argentino Jorge Donn (foto). Magnífico. Algumas idéias do filme Lelouch voltaria a usar em Adeus, Meninos (Au Revoir les Enfants, 1987). Ainda na categoria de obras-primas não necessariamente um musical clássico, quem não se encanta ainda hoje com New York, New York (idem, 1977), pequena obra-prima de Martin Scorcese (um dos maiores cineastas de toda a história do cinema mundial), com interpretações magistrais de Robert de Niro e Liza Minelli. O registro da cantora para a música título (que depois ficaria famosa com Frank Sinatra) é magistral. Para não mudar de família, ainda há Nasce Uma Estrela (A Star Is Born, 1954), primeiro filme colorido de George Cukor. Aqui, Juddy Garland (mãe de Liza Minelli) e James Mason carregam com competência a fita que mostra a ascensão de uma estrela (Juddy) e a queda de outra (Mason). Destaque para as músicas de Harold Arlen e Ira Gershwin, que pontuam toda a trama. Três oportunidades magníficas de assistir filmes de qualidade e música idem. Com certeza voltaremos com mais sugestões.
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