Quem gosta de um romance muito bem humorado em torno de um assunto que deveria ser perturbador, não deve deixar de ler Middlesex, de Jeffrey Eugenides (autor de As Virgens Suicidas, de 1993, que virou um filme bastante denso de Sophia Coppolla), ganhador do Prêmio Pulitzer 2003.
O livro é sobre Calliope Stephanides, um hermafrodita que foi criado como menina mas que é, na verdade, homem. Não se trata, entretanto, de um livro polêmico, sofrido ou deprimente. Muito pelo contrário. Middlesex conta de maneira muito divertida uma história que poderia ser um dramalhão sensacionalista se tivesse sido concebida por outro autor qualquer. E é aí que está o segredo: Jeffrey Eugenides não é um autor qualquer. Middlesex é considerado um dos melhores livros de ficção dos últimos tempos. O narrador faz de sua trajetória pessoal uma saga de três gerações ao longo do século XX. Por incrível que pareça, Middlesex é leve e engraçado. Com este livro, Jeffrey Eugenides se consagrou como um grande contador de histórias e conseguiu agradar tanto à crítica quanto ao público.
Quando li o livro, logo em seu lançamento no Brasil (acho que em 2004 ou 2005), fiquei encantado com a qualidade do texto e a inventividade da história. Eugenides conseguiu desenvolver um tema difícil com uma leveza inesperada para um autor em sua segunda obra, que lançou Middlesex dez anos após seu livro de estreia. Depois destes dois romances, os leitores esperam pacientemente (quem sabe daqui a três anos) pelo terceiro romance de Jeffrey Eugenides que, aparentemente, não se preocupa com a quantidade e sim com a qualidade excepcional de suas obras.
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